• Song:

    Quando O Pai Se Vai

  • Artist:

    Gog

G5            G5     G5   G5     E5   E5    C5  C5
Como vou deixar voc?...  Se eu te amo...

        G5        G5                   G5
Ele partiu e no seu lugar ficou o vazio
                 G5                   E5
Me lembro bem o dia, nem se despediu,
                    E5
Brigou, falou, sem pensar e saiu,
        C5                      C5
Foi melhor, nunca o vi t?o hostil
        G5                       G5
Meu sobrinho me disse que ouviu
     G5                        G5
Ele perguntar - o supletivo, pra que serviu?
  E5                    E5
5 anos desempregado, vivendo de bico
         C5                      C5
? mais triste que o penalti perdido do Zico (vix)
        G5                   G5
Vou deixar essas id?ias de lado
        G5                G5
Vida ? vida n?o ? campeonato
        E5           E5
Mas na real, vou te confessar
    C5                         C5
Pensei que ia voltar, cansei de esperar
           G5                                  
e continua assim , ? s? pega o tempo certo. Tenta toca junto
E em desespero eu andava em c?rculo                          
com a m?sica que pega mais r?pido.
E o natural veio de cap?tulo em cap?tulo
Num cub?culo minha m?e, meus irm?os e eu
Sem ?gua, comida, energia, no breu
Num sofrimento sem par,
Hoje almocei, mas n?o sei se eu vou jantar,
Por mim , consigo ag?entar
Mas minha m?e n?o consegue mais amamentar
E me vem na mente meu pai em coma alco?lica
Desperto da viagem com o nen? sentindo c?lica
E agora, o que fa?o eu?
Promessa pra S?o Judas Tadeu? Eu?
Eu vou na casa daquela dona da parab?lica
Tirei a pipa da antena ela ficou euf?rica
Quem sabe me ajuda ou conhece algu?m
Pra dar um rem?dio pra crise do nen?m
Acho que ela n?o est?
E agora como ? que eu vou fazer pra voltar,
Um r?pido sorriso me vem no rosto,
Rindo de mim mesmo de dar gosto
Vim resolver um e arrumei outro problema
Pior duas horas a p?, que cena!
O lado bom ? que vai dar pra refletir um pouco
Ralei atr?s de trampo esses dias feito louco
Fui at? em lugar que n?o era necess?rio
Fui humilhado pelo empres?rio
E do bolso gastei meu ?ltimo troco
Pra ouvir ele gritar at? ficar rouco
Sem qualifica??o, n?o tem produtividade,
Primeiro grau ? diploma de imbecilidade
Segundo grau perdeu a validade
Tem que ter faculdade
Esses cara falando, quase me arrasa,
Mas do jeito que d? sustento minha casa
N?o sei porque n?o respondi na mesma tonalidade
Ningu?m se qualifica sem primeira oportunidade
Que o requisito principal ? honestidade
Que chegaria a qualidade, que tenho necessidade
Esses cara, financiado pelo pai
Chama a seguran?a e grita: sai!
Foi melhor eu ter me controlado
J? pensou eu sair de l? algemado
Mato minha m?e de desgosto
N?o quero ver minha velha tomando soro no posto
? umas fita que a gente passa e que nunca imagina
S? sei que, necessidade n?o ? sina
Vou falar igual o z?, emprego eu escolho
Chegando em casa vou botar os p?s de molho
Mas que nada, amanh? tudo vai se resolver
De novo o choro agudo do beb?
E de novo a depr? bate a ficha cai
Quando o pai se vai...

(refr?o)
Como vou deixar voc?
Se eu te amo
Como vou deixar...

Do outro lado, no outro extremo da cidade,
Est?ria inversa ? realidade
A de um pai que honrou sua paternidade
E que criou seus filhos mesmo com adversidades
Tempestades n?o faltaram , na sua vida
Quatro crian?as pequenas, perdeu a patroa querida
Colesterol elevado, press?o muito alta
E na farm?cia do SUS, o rem?dio sempre em falta
Juntou-se a fome com a vontade de comer
Assistiu o filme que eu n?o queria ver
Heroicamente, n?o se entregou ? bebida
Mantendo a cabe?a sempre erguida
Enfrentou a saudade, o desemprego,
Por seus quatro moleques tem um apego!
Evitando o tr?gico, disse n?o ao tr?fico
E no tr?fego, trafegou, testando seu ego
Cal?a suja, camisa furada e chinelo
Trabalhava do vermelho ao amarelo
Chocolates, frutas, ?gua mineral
A senhora apavorada avan?ou o sinal
Sobe a bolsa de valores v?rios pontos
Some a bolsa com valores da madame, ela ao prantos
Todo dia uma batalha sei o fato gerador
N?o se encerra essa guerra, oprimido e opressor
Sai de casas antes do sol raiar
"ningu?m v? sair, ningu?m escuta chegar!"
Final de semana pra ele era sagrado
N?o ia pro farol n?o lavava um carro
Era dedicado ? casa e aos filhos
Dever de casa, manter os moleques nos trilhos
Cada um tinha uma obriga??o,
Levantar, dobrar cobertas, nada de lixo no ch?o
Ele se irritava profundamente,
Com pai que faz filho e nega l? na frente
Com pai, que n?o paga p.a.,
Com o argumento que a m?e ir? gastar
Com batom , com sal?o
Fazendo compras sem precis?o.
Altas desculpas, pra n?o manter o compromisso
Pra ele, os filhos n?o tem nada haver com isso
Pensou em casar, mas n?o arrumou ningu?m
Que tratasse seus filhos bem
Da forma que ele realmente queria
E fez um voto que vi?vo continuaria
Acredita que a educa??o ? necess?ria
Apresentou pra eles a biblioteca comunit?ria
Que ficava bem perto da sua moradia
Um lugar que sozinha a crian?ada ia
N?o deixava ouvir rap, mas observador
Passou a prestar aten??o nas letras e liberou
Dizia sempre que a leitura
Faz a pessoa mais inteligente e com cultura
Foi vendo a cria??o dessas crian?as
Que passei novamente a ter esperan?as
Numa gera??o em que poucos acreditam
E que muitos impiedosamente criticam
Isso me faz crer, que o hip hop precisa dizer
Que muito pai faz por merecer
Que o filho contrai muita doen?a
Com a sua aus?ncia, sem sua presen?a
Quero transmitir em primeira m?o a noticia
Que mais que repress?o e pol?cia
Toda gera??o precisa de incentivo sen?o cai,
? triste ver, quando o pai se vai...

(refr?o)

Todo respeito ao seu Gen?sio Gon?alves Batista, meu pai. Um grande pai!
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